
Balancete Contábil: tudo o que você precisa saber para interpretar corretamente
16/07/2025Em um mundo onde a tecnologia avança rapidamente, os consumidores estão mais exigentes e a competição entre empresas é cada vez mais acirrada, não basta apenas oferecer bons produtos ou serviços. É preciso atuar com responsabilidade, transparência e dentro das regras do jogo.
Nesse contexto, o compliance se destaca como uma ferramenta essencial para garantir que as organizações estejam em conformidade com leis, normas e padrões éticos. No Brasil, o conceito começou a ganhar força nos anos 1990, mas nunca foi tão necessário quanto agora em um cenário onde escândalos de corrupção e má gestão colocam reputações em risco e impactam diretamente os resultados dos negócios.
Mais do que uma exigência legal, o compliance passou a ser uma vantagem competitiva. Ao integrar controle, ética e prevenção, ele protege a imagem da empresa, atrai investimentos e fortalece a confiança de clientes e parceiros. Ignorar esse tema, por outro lado, pode custar caro e até comprometer a sobrevivência do negócio.
Compliance na construção civil
Diante da necessidade de aprovações regulatórias e da complexidade dos projetos, o compliance é essencial para proteger a integridade da construtora, prevenir fraudes e garantir conformidade legal.
Com múltiplas etapas técnicas e grande volume de contratos e documentos, o setor enfrenta desafios como controle de qualidade, prevenção de desperdícios e riscos com fornecedores. Nesse cenário, compliance e auditoria interna atuam juntos, enquanto o compliance orienta os departamentos quanto às normas e riscos legais, a auditoria identifica e classifica os riscos operacionais com foco financeiro.
No cenário regulatório brasileiro, a construção civil está sujeita a uma série de normas e legislações que exigem atenção contínua das empresas do setor. Leis como a Lei Anticorrupção (12.846/2013) impõem responsabilidade objetiva por atos ilícitos contra a administração pública, exigindo mecanismos de integridade especialmente em contratos com o governo.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também impacta diretamente o setor, uma vez que a coleta e o tratamento de dados de funcionários, fornecedores e clientes demandam conformidade rigorosa. Além disso, as normas da ABNT, como a NBR 15575 (desempenho de edificações), e regulamentos ambientais e trabalhistas são fundamentais para garantir segurança, qualidade e sustentabilidade das obras.
Nesse contexto, a consultoria em compliance torna-se essencial para que empresas da construção civil não apenas atendam às exigências legais, mas também desenvolvam uma cultura organizacional pautada na ética, na transparência e na prevenção de riscos.
Como a consultoria em compliance atua na construção civil
No setor da construção civil, as organizações estão constantemente sujeitas a aprovações por parte de diversos órgãos regulatórios. Essa etapa tem como objetivo identificar quais são os órgãos responsáveis pelas aprovações em cada segmento da construção civil, garantindo assim o controle sobre as normas e regulamentos aplicáveis.
A seguir, apresenta-se uma relação de alguns dos principais órgãos regulatórios no Brasil aos quais o setor da construção civil pode estar sujeito:
- Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): responsável por regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, conforme as políticas e diretrizes do Governo Federal
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): atua na proteção e promoção da saúde pública, assegurando a segurança sanitária de produtos e serviços.
- Agência Nacional de Águas (ANA): implementa a política nacional de recursos hídricos, integrando o sistema nacional de gerenciamento desses recursos.
- Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT): regula, supervisiona e implementa políticas voltadas para o transporte terrestre.
- Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária para o desenvolvimento tecnológico brasileiro.
- Secretaria do Meio Ambiente: responsável pela preservação da fauna e flora, além de garantir o cumprimento da legislação ambiental aplicável.
- Prefeituras Municipais: órgãos reguladores locais que supervisionam o cumprimento da legislação municipal, incluindo zoneamento, decretos específicos e outras normas pertinentes.
- Corpo de Bombeiros (CB): responsável pela normatização das saídas de emergência e pela garantia da segurança das pessoas, além do acesso adequado para combate a incêndios.
- Caixa Econômica Federal: importante instituição financeira responsável por grande parte dos financiamentos destinados à construção civil.
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): executa financiamentos de longo prazo para investimentos em diversos setores da economia, incluindo a construção civil.
A construção civil é um dos setores mais suscetíveis a falhas de conformidade, devido à complexidade dos seus processos e à multiplicidade de agentes envolvidos. Casos como corrupção, fraudes em licitações, pagamento de propina para liberação de obras, desvios de materiais e contratações informais de mão de obra são recorrentes e frequentemente expostos na mídia. Além disso, irregularidades ambientais, como descarte inadequado de resíduos e desmatamento sem licença, bem como o descumprimento de normas técnicas e de segurança, são exemplos típicos de não conformidade que colocam em risco a continuidade dos projetos
As consequências de práticas irregulares vão muito além de multas e sanções legais. Empresas que negligenciam o compliance enfrentam interrupções de obras, perda de contratos, indenizações trabalhistas e ambientais, além de custos adicionais para correção de falhas. No aspecto legal, investigações e processos podem levar à inabilitação para contratar com o poder público. Já do ponto de vista reputacional, a associação da marca a escândalos de corrupção ou má conduta pode comprometer relações com investidores, clientes e parceiros estratégicos, afetando diretamente a competitividade e a sustentabilidade do negócio.
Negócios firmados com o setor público ou grandes empresas privadas são cercados por exigências legais, regulatórias e de governança cada vez mais rigorosas. Para participar de licitações ou integrar cadeias de fornecimento de grandes corporações, é comum a exigência de programas de integridade estruturados, compliance fiscal e trabalhista rigoroso, além da comprovação de boas práticas ambientais e sociais. A ausência desses requisitos pode levar à desclassificação imediata em processos concorrenciais ou à rescisão contratual.
Nesse cenário, a consultoria em compliance atua como uma aliada estratégica, garantindo que a empresa esteja preparada para atender aos critérios exigidos e mitigar os riscos inerentes a esses contratos de alto valor.
Os principais riscos de não ter compliance no setor
A construção civil é um setor que, por sua natureza complexa e sua forte interação com o poder público, está frequentemente exposto a situações de não conformidade. Entre os casos mais comuns estão fraudes em processos licitatórios, pagamentos indevidos a agentes públicos, contratações informais de trabalhadores, e descumprimento de normas ambientais e de segurança do trabalho.
Além disso, a falta de transparência na gestão de contratos, atrasos em obrigações fiscais e uso de materiais fora dos padrões técnicos são práticas que ainda ocorrem em muitas empresas. Esses comportamentos, muitas vezes decorrentes de falhas estruturais na governança, representam riscos significativos para a sustentabilidade do negócio.
As consequências da não conformidade são amplas e podem comprometer a viabilidade financeira de uma empresa. Multas, embargos, ações judiciais e exclusão de processos licitatórios são apenas alguns dos efeitos legais imediatos. Do ponto de vista financeiro, os custos com retrabalho, atrasos em cronogramas e penalizações contratuais impactam diretamente a margem de lucro.
No aspecto reputacional, uma empresa envolvida em escândalos de corrupção ou descumprimento de leis tende a perder credibilidade no mercado, o que dificulta o acesso a novos contratos, parcerias estratégicas e até financiamentos. Em um ambiente cada vez mais competitivo e regulado, esses impactos podem ser fatais para a continuidade dos negócios.
Firmar contratos com o setor público ou grandes corporações privadas exige um nível elevado de conformidade. Governos e empresas líderes de mercado adotam critérios rígidos de due diligence, exigindo dos fornecedores a comprovação de boas práticas em compliance, sustentabilidade, integridade fiscal e trabalhista. A ausência de políticas internas estruturadas pode levar à desclassificação em processos licitatórios, cancelamento de contratos em andamento e até inclusão em listas restritivas, como o CEIS e o CNAE.
Em tempos de responsabilidade corporativa ampliada e ESG em alta, estar em conformidade deixou de ser apenas uma exigência legal, tornou-se um diferencial competitivo estratégico. Por isso, contar com uma consultoria especializada em compliance é essencial para garantir segurança jurídica e ampliar oportunidades de negócio.
Tendências e exigências futuras para o setor
O setor da construção civil enfrenta uma crescente pressão regulatória, impulsionada por novas legislações, fiscalização rigorosa e demandas da sociedade. Para evitar multas, embargos e danos à reputação, as empresas precisam adotar políticas preventivas, controles eficazes e integrar práticas ESG à sua gestão.
O conceito de ESG tem ganhado destaque crescente no mercado e passou a ser um critério essencial para avaliação da sustentabilidade e responsabilidade das empresas. Na construção civil, integrar práticas ambientais, sociais e de governança dentro da estratégia de compliance não é apenas uma exigência ética, mas também uma demanda do mercado e dos investidores.
É mais do que atender normas, o compliance se tornou um diferencial competitivo, fortalecendo a reputação e atraindo investidores. A digitalização dos processos também transforma o setor em sistemas automatizados, permitem monitoramento em tempo real, reduzem falhas humanas e aumentam a transparência.
Investir em tecnologia e em uma cultura de conformidade é essencial para garantir segurança, eficiência e sustentabilidade nos negócios da construção civil.
Conclusão
Em um cenário cada vez mais exigente e regulado, a conformidade deixou de ser uma escolha para se tornar uma necessidade estratégica, especialmente no setor da construção civil, onde os riscos operacionais, legais e reputacionais são elevados. Contar com o suporte de profissionais especializados em compliance é fundamental para garantir segurança jurídica, acesso a novos contratos e sustentabilidade a longo prazo.
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